29.4.07

29 de abril de 2007

(Mercedes e Adelaide se encontrando diante da caixa de correspondência do prédio)

Mercedes: Eu detesto essas caixinhas de correio que botaram agora. Chove dentro.
Adelaide: Coisa da síndica nova. Isso é o que dá a gente não ir nas assembléias de condomínio. Agora ela vai deitar e rolar.
Mercedes: É uma gente estranha. O marido dela morou a vida inteira nesse prédio e nunca cumprimentou ninguém.
Adelaide: Desempregado, mas com mania de grandeza. Não faz nada.
Mercedes: E ela faz tudo. Não bastasse trabalhar, carregar os filhos, fazer super e limpar, virou síndica.
Adelaide: É. Me deu até pena agora. Por isso ela não acertou com as caixas de correio.

22.4.07

22 de abril de 2007

(Vera e Bia caminhando no Parcão domingo de manhã)

Vera: Eu sei que é difícil, mas a gente tá caminhando há 20 minutos e tu só fala nisso. Tu não acha que tu tá um pouco obcecada?
Bia: 20 minutos? Que bom, agora começa a queimar calorias. Mas vê se eu não tenho razão. Se ele tivesse consideração comigo, não corria cada vez que ela telefona. E como que eu vou enfiar na cabeça dele que é chantagem que ela tá fazendo?
Vera: Bia, tu não pode fazer nada. Relaxa. Olha, ontem eu fui ao cinema sozinha e...
Bia: Tá vendo? Tu não fica enchendo o saco do ex-marido. Vai ao cinema e pronto. Essa vaca parece que sabe a horinha certa de estragar tudo. A gente tava saindo pra jantar, quando ela ligou. Francamente, tu chama o Haroldo cada vez que a Leninha tem dor de garganta?
Vera: Não. Bia, eu queria te contar que conheci um cara no cinema...
Bia: Pois então. Não chama. Ninguém normal chama. Só ela. E o idiota vai correndo como se fosse o último dia de vida da filha. Tu conheceu um cara??? Ele tem ex-mulher?

15.4.07

15 de abril de 2007

(Enio e Marco na fila da lotérica)

Enio: - Se tivesse justiça divina, pobre não ganhava na loteria.
Marco: - Tu quer dizer “pobre ganhava”.
Enio: - Não. Não ganhava mesmo. Pobre, se ganha, gasta tudo em um ano. Só em besteira. Pobre não sabe ficar rico, pensar como rico.
Marco: - De onde tu tirou isso? Que coisa idiota. Eu ia saber.
Enio: - Tem exemplo disso todo o dia no jornal. Fora os que ganham e a família mata.
Marco: - Sei. Mas me diz uma coisa: tu tá nessa fila pra que mesmo?

8.4.07

8 de abril de 2007

(Úrsula e Alfredo fazendo as compras de Páscoa)

Úrsula: - Mas tu é muquirana mesmo, hein, Alfredo?
Alfredo: - O que que tem comprar ovo quebrado? Eles vão mastigar tudo mesmo. Vão misturar com massa, galinha e leite dentro da barriga.
Úrsula: - Mas tu é porco mesmo, hein, Alfredo?
Alfredo: - Tu não vê mais nada de bom em mim?

(silêncio)

Alfredo: - Olha pra mim. Nadinha de bom?
Úrsula: - Mas tu é inseguro mesmo, hein, Alfredo?

1.4.07

1º de abril de 2007

(Gilmar e Marcelo no final de uma longa fila de banco)

Gilmar: - Nós vamos ficar horas aqui.
Marcelo: - Também! Tem três caixas abertos. Não tem uma lei que o banco é multado se o cliente espera mais de meia hora?
Gilmar: - Acho que tem, mas a gente não ganha nada. Sei lá quem ganha.
Marcelo: - Deviam pagar pra nós. Um real por minuto de espera. Eles iam botar mais gente pra atender, rapidinho.
Gilmar: - Tu vê bem, tem doze caixas e só três funcionam.
Marcelo: - Que desperdício, né? Com tanta gente sem ter onde morar...